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Local: Garuva, SC, Brazil

Professor de História concursado e lotado na Escola Municipal Vicente Vieira, em Garuva-SC. Policial Militar desde agosto de 1989, atualmente está destacado na PM de Garuva. Historiador formado pela UNIASSELVI e Pós-graduado em História Cultural pela FACEL de Curitiba-PR. Casado com Viviani, Pai do Giovanni e da Fernanda. Um Garuvense Feliz e Realizado!

domingo, 22 de fevereiro de 2009

UM NOVO MUNDO NO CAMINHO DAS ÍNDIAS

UM NOVO MUNDO NO CAMINHO DAS ÍNDIAS

Edevânio Francisconi Arceno
AUPEX-UNIASSELVI


Estamos impressionados com os avanços tecnológicos, então indagamos onde o Homem vai parar? Acreditamos que a pergunta razoável seria: Onde o Homem quer parar? Dizemos isso porque cada dia mais limites são superados e quem afirmar categoricamente que a morte é o limite para o Homem, corre o risco mais tarde ser reconhecido como o Idiota que limitou a Humanidade. Entenderemos melhor estas afirmações se voltarmos no tempo para analisar as atitudes e estratégias adotadas pelo Homem diante das adversidades.
A convivência em grupo nasceu da necessidade de proteção, em virtude dos predadores. Através desta relação em sociedade, compreenderam que a união não só poderia deixá-los mais fortes tanto para defender-se como para atacar, tornando-se assim também predadores. Quando o Homem conseguiu impor sua superioridade diante das demais espécies, sentiu necessidade da disputa entre si, para descobrir quem é mais sábio ou forte. Desde então a força e o intelecto vem ditando regras entre a humanidade, no intuito de descobrir quem é o mais poderoso. Com o advento da escrita, todas as estratégias adotadas pelo intelecto e as proezas realizadas através da força, foram sendo registradas, propiciando ao Homem, aquilo que conceituamos progresso.
O Homem se organizou em Estado, após viver anos como sociedade tribal, ainda que existam sociedades tribais semelhantes, o Homem evoluiu, e quando a extensão territorial tentou-lhe impor limites, ele se lançou ao mar. Não demorou muito para perceber que o mar era uma grande oportunidade de ampliar seus poderes, com terras e povos a serem conquistados.
Deste modo os Fenícios, iniciaram aquilo que seria denominado de “Comércio Marítimo”. Segundo a Ilíada de Homero, as rotas comerciais do mediterrâneo foi o verdadeiro motivo de Agamenon ter unido toda a Grécia para lutar contra Tróia do rei Príamo, e não a desonra de Menelau, em virtude da paixão “avassaladora” de Paris e Helena. Por que tanto interesse de Agamenon e tantos outros, em monopolizar as navegações? A resposta parece obvia! Poder, isto mesmo, quem dominasse os mares e as rotas comerciais teriam mais poder sobre os demais. A soberania grega não levaria muito tempo, pois como todo império que se levanta, um dia cai, e assim tem sido durante toda a História.
No período medieval, outros povos dominariam o mediterrâneo, mas nenhum foi tão importante quanto às cidades italianas de Veneza e Gênova, que se transformaram nos centros comerciais mais ricos da Europa. Serviam de ponte entre os consumidores ocidentais e os produtores do oriente. Em virtude dos impostos aduaneiros, as mercadorias eram acrescidas de muitos juros. Depois da tomada de Constantinopla pelos turco-otomanos, sérias restrições foram impostas ao comércio no mediterrâneo, o que fez encarecer ainda mais as mercadorias. Para uma Europa Feudal, em fase de transição, a situação ficou calamitosa, em virtude da escassez do ouro e demais metais preciosos, o que dificultou ainda mais o comércio. A única alternativa era tentar uma rota comercial alternativa. Mas quem poderia aventurar-se em busca de uma nova rota em meio ao caos urbano, escassez de moedas, êxodo rural e uma eterna queda de braço entre nobres e burgueses?
Este era o Cenário em quase toda a Europa, com exceção de um pequeno país banhado pelo oceano atlântico, que recentemente havia conquistado sua independência e a consolidando com a histórica “Revolução de Avis”, que conduziu ao trono de Portugal D. João I. Este governante conseguiu unir os interesses dos Burgueses e a maioria dos nobres, com total apoio do povo. Isto fez de Portugal, o primeiro Estado nacional da Europa, dando-lhe estabilidade política e econômica necessária para dar inicio a Expansão Marítima, em busca de uma rota alternativa rumo às Índias.
O pioneirismo em navegar em mares nunca d’antes navegados, era antes de tudo uma prova de coragem e do espírito aventureiro deste povo.Pois a navegação em águas desconhecidas eram povoadas de crenças e lendas medievais sobre fabulosos monstros marinhos.Além disto, haviam registros escritos pelo navegador italiano Marco Pólo, com histórias e personagens pra lá de fantásticos. D. Henrique, o terceiro filho de D. João I, fundou a “Escola de Sagres”, onde reuniu a experiência marítima italiana, a ciência herdada dos árabes ao espírito aventureiro do povo português. A primeira investida Lusitana foi à conquista de Ceuta, cidade do norte da África, que era uma importante rota comercial, que mais tarde perdeu seu valor, em virtude da mudança de rota por parte das caravanas árabes.
Depois de Ceuta, foi a vez da Ilha da madeira, em seguida o arquipélago de Açores, e a cada expedição, mais informações eram mapeadas. Após várias tentativas, o navegador Gil Eanes ultrapassa o Cabo Bojador, um obstáculo à pretensão portuguesa de chegar às Índias. Junto com a gloriosa vitória pelo seu feito, Gil Eanes desembarca em Portugal com a embarcação cheia de negros, para serem vendidos como escravos, tornando-se uma mercadoria muito lucrativa.
Bartolomeu Dias traz para Portugal, a travessia do Cabo da Tormenta, que para o Rei, nada mais é que a Boa Esperança, de que a Índia está próxima. Instituindo Feitorias e demarcando o litoral africano para a glória de Portugal, Vasco da Gama chega com sua expedição a Calicute. Apesar de não ter êxito no contato diplomático com o Rajá (Governante) daquela cidade Indiana, Vasco da Gama oficializa a abertura de uma rota alternativa às Especiarias. Veja a narração de um trecho do poema “Os Lusíadas”, de Camões ao avistar Calicute:


Já a manhã clara dava nos outeiros
Por onde o Ganges murmurando soa,
Quando da celsa gávea os marinheiros
Enxergavam terra alta, pela proa.
Já fora de tormentas e dos primeiros
Mares, o temor vão do peito voa.
Disse alegre o piloto melindano:
-Terra é de Calicute, se não me engano;
(RODRIGUE, apud Camões. p.103)


Nos relatos registrados no diário de bordo, Vasco da Gama faz menção de que ao afastar-se da costa africana em direção ao leste, percebeu a presença de aves, o que dava indícios da existência de terra não distante dali. (SOUZA; SAYÃO, apud Bueno, p.26)
No dia 08 de março de 1500, a maior e mais poderosa frota de Portugal, comandada pelo jovem fidalgo Pedro Álvares Cabral, composta por mais de 1.500 homens distribuídos nas dez naus e três caravelas, saiu em direção à Índia. Cabral afastou-se em direção leste da rota demarcada por Vasco da Gama. A mudança de itinerário causa polêmica até hoje, afinal, esta mudança foi proposital ou casual? Se foi prevista ou não, se houve tempestade ou não, estas respostas ficaram para sempre no campo das especulações, até que o Homem crie uma “Máquina do Tempo”e retorne até 22 de abril de 1500, dia que Cabral avista a Ilha de Vera Cruz, o nosso Brasil! Dez dias depois, ele retoma sua rota para a Índia, onde fez acordos comerciais muito lucrativos para Portugal e o Mundo.
Logo o pioneirismo português, faria seguidores. Os Espanhóis chegaram a América, sob o comando de Cristóvão Colombo, pois assim como Vasco da Gama, procurava um caminho alternativo para as Índias. Em seguida foram os Ingleses, Franceses, Flamengos e Holandeses. Ao dominar águas estranhas surgiram novas terras, que também foram dominadas, muitos mitos foram colocados abaixo e um novo mundo se formou.
Há muitas terras ainda a serem conquistadas, afinal a nossa Via Láctea, é apenas uma entre muitas, há ainda vários planetas a serem explorados e também novos povos ou seres a serem encontrados. Analisando o retrospecto do Homem, você dúvida que isto acontecerá?


REFERÊNCIAS

RODRIGUE, Joelza Ester. A História em Documento. 6ª Série. São Paulo. Ftd, 2006.

SOUZA, Evandro André; SAYÃO Thiago Juliano. História do Brasil Colonial. Indaial: ASSELVI, 2007.

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SETE DE SETEMBRO

Sete de Setembro
por Edevânio Francisconi Arceno


Dia Sete de Setembro de 1822, dia da Independência do Brasil, dia em que às margens do rio Ipiranga, D. Pedro I deu o famoso grito “Independência ou morte!”. No Brasil o dia Sete de Setembro foi transformado em feriado nacional e é celebrado com desfiles por todo o território. O desfile de sete de setembro era obrigatório na época que o Edevânio estudava. A população prestigiava em peso, margeando toda a Avenida Celso Ramos, da Delegacia à Prefeitura, para ver o desfile, que tradicionalmente era aberto pela Banda do 62º Batalhão de Joinville.
Os desfiles implicitamente externavam qual classe social os alunos pertenciam. Vamos começar pelo ápice da pirâmide para que você entenda melhor. Na parte superior estavam os alunos com maior poder aquisitivo/econômico, ou seja, eram aqueles alunos convidados para desfilarem fantasiados de: D. Pedro I, D. Pedro II, Princesa Leopoldina, Princesa Isabel, Tiradentes, José Bonifácio, Rui Barbosa, enfim toda a nobreza imperial e os heróis da república. Logo abaixo estava os da classe média que geralmente abriam os pelotões como balizas, porta-bandeiras e não podemos esquecer da fanfarra. Neste grupo os alunos menos favorecidos não eram totalmente excluídos, mas só podiam participar se fossem patrocinados por alguém. O desfile ganhava volume e beleza, quando era completado pela classe dos alunos menos favorecidos , que era a grande maioria. Naquela época, os alunos não ganhavam uniformes e tinham que comprar. Os uniformes novos tinham que ser azul e branco e o calçado era a famosa conga, que também tinha nas cores, azul e branco. Mas havia também uma classe menos favorecida ainda, que geralmente não podia comprar o tal uniforme, então eram fantasiados de índios para participarem do desfile, e neste seleto grupo estavam presentes nossos heróis destemidos, Edevânio e Elízio, isto mesmo, o Edevânio e o seu primo Ida, aquele que deu no pé, no primeiro ano lembram?
Mas como tudo tem um fim, os dias do Edevânio desfilar de Índio terminaram, não que ele tenha vergonha da sua classe social ou de usar as roupas de índio que sua mãe fazia, ainda que aquela sainha rodeada de penas o deixasse muito constrangido. Acontece que ele foi promovido e agora ele fazia parte de um outro grupo, onde ele iria desfilar pelo time infantil do CTG, um clube muito conhecido em Garuva nas décadas de 70 e 80. Estava todo orgulhoso, levantou bem cedo, pois mal conseguiu dormir, se arrumou sem que sua mãe se preocupasse e foi ao clube. Chegando lá ganhou uma camisa, um shorts, meias e pela primeira vez na vida calçou um par de chuteiras, e aguardava ansioso para sair dali, formar o pelotão e desfilar.
O ex-indiozinho já estava na fila e tudo estava pronto para o desfile, quando derrepente seu sonho começou a se tornar um pesadelo. Quando todos já estavam vestidos e prontos para começar a desfilar, uniu-se ao grupo o filho do prefeito, e ele também queria desfilar de jogador, porém não tinha mais uniforme. Atendendo a um pedido superior o responsável pelo grupo foi olhando no rostinho de cada criança do grupo e por ironia do destino seu olhar parou no nosso ex-indiozinho, que teve que tirar o uniforme e entregar ao primeiro menino do município.
Edevânio teve que voltar para casa, e uma vez que não iria mais desfilar de jogador, e também não tinha comprado uniforme, adivinhem o que estava esperando por ele? A sua fantasia de índio. Quando chegou em casa começou a chorar, chorou pela perda de um sonho, por sua decepção e humilhação . Sua mãe ao vê-lo naquela situação chorou junto, e abraçados sua mãe dizia que aquilo iria passar e que tudo isso tinha acontecido porque o pelotão de indiozinhos não podia desfilar sem ele. Ela então o arrumou colocou sua sainha de penas, seu cocar, seu arco e flechas e disse: Filho, você é o indiozinho mais lindo do mundo!
Edevânio foi à escola, explicou o que tinha ocorrido à professora e juntou-se a sua tribo, que o recebeu de braços abertos. O seu primo Ida, que ficava a sua frente na formação do desfile, não entendeu por que o Edevânio não desfilou de jogador e também nunca perguntou.
Na Segunda-feira seguinte ao desfile, o prefeito ficou sabendo do acontecido e querendo compensar, levou-lhe de presente uma bola de futebol nº. 5 novinha! Ele aceitou, porque criança não tem orgulho, e se não tem como pode feri-lo! Mas sem dúvida, a maior compensação daquele dia, foi à lição que Edevânio aprendeu com sua mãe, que lhe ensinou: “Não importa o que fazem ou que deixem de fazer, o que dão ou que tirem de você. O importante é que aqueles te amam sempre farão mais e darão coisas melhores ainda do que você merece!”.

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INCLUINDO UMA IGUALDADE DIFERENTE



INCLUINDO UMA IGUALDADE DIFERENTE

Edevânio Francisconi Arceno
Prof. Marcos Neotti
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura/ História (HID 0771) – Educação Especial
18/11/08

RESUMO

Incluir é uma palavra que esta cada vez mais na mídia. Afinal excluir passou a ser politicamente incorreto. Incluir é inserir em um contexto já formado algo ou alguém que estava fora, ou seja, excluído deste contexto. Apesar da Constituição de 1988 determinar a inserção das pessoas portadores de deficiência na Educação regular, algumas instituições relutavam , defendendo que o melhor para os deficientes é uma educação especifica e diferenciada. Apesar das resistências, a inclusão de pessoas portadoras de deficiências nas escolas regulares está cada vez mais comum, pelo menos em termos de matriculas. Mas esta educação está acontecendo de fato? Os nossos portadores de deficiência estão realmente sendo incluídos?Ou estão apenas sendo transformados em números estatisticamente positivos, para demonstrar um Brasil que teoricamente se preocupa com todos os seus cidadãos e capacita seus Educadores para uma Escola Inclusiva.

Palavras-chave: Deficiências; Inclusão; Educação.


1 INTRODUÇÃO

Segundo Rosana Rodrigues Dias, “não basta matricular para dizer que somos uma escola inclusiva, é preciso garantir as condições de aprendizagem” (Nova Escola, outubro, 2007, p. 41). A Escola inclusiva perpassa por todos os envolvidos no contexto social, a mudança de mentalidade tem que abranger todos.

O Brasil caminha lenta, mas continuamente em direção de uma Escola Inclusiva de fato, tanto que em 1997, quase 90% das pessoas com deficiência matriculadas freqüentavam instituições ou classes especiais. Hoje, apenas 53% estão nessa situação, ou seja, quase metade está em salas regulares. ( Nova Escola, outubro, 2007, p. 39).
São dados de extrema relevância, pois demonstram uma progressão no cumprimento da nossa constituição que prevê em seu art. 206, que o ensino será ministrado com base no princípio da igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. Ainda no art. 208 diz que é dever do Estado fazer com que a Educação seja efetiva, mediante a garantia de que o atendimento especializado aos portadores de deficiência, seja feito preferencialmente na rede regular de ensino.
Mas será que nossas Escolas, que apresentam estatísticas tão otimistas, estão realmente cumprindo o seu papel de escola inclusiva? Estes alunos matriculados estão realmente sendo incluídos? Ou simplesmente trocaram à margem da Sociedade pelas margens dos espaços físicos das instituições escolares, colocados em salas de aulas que não são mais utilizadas e agora são denominadas salas de TOs (Terapia Ocupacional) ou similares.
Incluir vai além de simplesmente coloca-los na Escola, incluir é oportunizar condições para que ocorra a aprendizagem.

2 CONCEITUANDO PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS

Segundo o dicionário Wikipédia, a Organização Mundial de Saúde definiu que a Deficiência é o termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica. Diz respeito à biologia da pessoa.
Considerar alguém com síndrome de Down e que dança o “Lago dos Cisnes”, ou que consegue tocar uma Sinfonia de Beethoven , ou ainda olhar para alguém como Daniel Dias , atleta paraolimpico , que ganhou nove medalhas na natação na última paraolimpíadas de Pequin, e chamá-los de “deficientes” , não é um termo apropriado.
A expressão, pessoa com deficiência pode ser aplicada referindo-se a qualquer pessoa que possua uma deficiência O termo “deficiente” para denominar pessoas portadoras de deficiência tem sido considerado inadequado.

3 AS DEFICIÊNCIAS

As deficiências podem ser denominadas: física ou intelectual. Ambas podem apresentar diferentes níveis de comprometimento, bem como podem ser conseqüências de diferentes causas.

As deficiências podem apresentar-se nos períodos: pré-natal, peri-natal e pós-natal. Existem ainda as deficiências congênitas, ou seja, de ordem biológica e as adquiridas. Também podem ser reversíveis e irreversíveis.


3.1 DEFICIÊNCIA FÍSICA

Deficiência física é o nome dado as consequencias de problemas que ocorrem no cérebro ou sistema locomotor, e levam a um mal funcionamento ou paralisia dos membros inferiores e/ou superiores.
Aparentemente pode parecer que a inclusão de pessoas com deficiências físicas é fácil, pois sua congnição é menos comprometida.Acontece que as deficiências fisicas também se apresentam em diferente níveis, e algumas afetam profundamente o processo cognitivo.
A inclusão das pessoas com deficiências fisicas , exigem além de profissionais capacitados, uma profunda adequação e estruturação das instituições de Ensino, tais como: rampas , apoiadores, pranchas, pisos com texturas diferentes,etc.
Outra grande dificuldade na inclusão de pessoas com deficiência física, são as reações causadas em virtude de sua aparência.Por mais concientizados que possamos parecer , o diferente , causa-nos estranheza e medo. Talvez por causa da nossa insensibilidade ou ainda , pode ser reflexos de uma Sociedade que escondia suas deficiências , em detrimento de seus portadores.

3.2 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

A Deficiência Intelectual corresponde às expressões como insuficiência, falta, falha, carência, imperfeição, que se definem como um conjunto de problemas que ocorrem no cérebro humano, e leva seus portadores a um baixo rendimento cognitivo, mas que não afeta outras regiões ou funções cerebrais.
A Deficiência mental não é uma doença, portanto não tem cura. Porém o seu lado intelectual é afetado. Apesar de reduzida esta capacidade intelectual, abaixo dos padrões considerados normais, o portador tem capacidade de aprender.
Ela se apresenta em diferentes graus de comprometimento intelectual , diferenciando suas potencialidades , tornando seus portadores diferentes entre si. Na maioria das vezes, as dificuldades se manifestam como : nítido atraso em seu desenvolvimento neuropsicomotor, aquisição da fala e outras habilidades (comportamento adaptativo).
O processo de aprendizagem é compreometido,mas não é nulo, portanto as pessoas portadoras de deficiencia Intelectual, não podem ser excluidas do processo de aprendizagem.

4 INCLUSÃO DE FATO, COMPROMETIMENTO DE TODOS

A escola inclusiva parte do pressuposto que todas as pessoas podem aprender e fazer parte da vida escolar e social. Ela garante a qualidade de ensino educacional a cada um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade, respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades.

A inclusão não pode ser encarada como assistencialismo. A inclusão escolar de portadores de deficiências não é caridade, é o resgate de um direito constitucional, garantido por lei a todos os cidadãos, independente de sua condição física ou intelectual.

Escolas que não buscam adaptar seu espaço físico e disponibilizar recursos para a capacitação de sua docência, estão descumprindo a lei e negando a estes cidadãos o direito à Educação.

As instituições de Ensino, através de seus responsáveis têm a incumbência de exigir do Estado, os recursos necessários para dispor a todos portadores de deficiência, oportunidades e os meios de alcançarem a aprendizagem, independentemente do tempo de resposta desta aprendizagem.


5 CONCLUSÃO

Podemos imaginar, como reagiria um Espartano do século X a.C. , ao visitar nossas escolas inclusivas e observar um aluno com Síndrome de Down participando das atividades em grupo na sala de aula, ou se derrepente ele observasse um jovem com movimentos involuntários provocados por uma deficiência neuromotora, escrevendo uma frase toda rabiscada ou ainda um cego tateando um livro todo perfurado, extraindo dali um mundo de informações. Talvez ele dissesse: O que eles fazem aqui? Por que não os lançaram no abismo com os outros? Por que os deixaram viver?

Por mais absurda que possa parecer esta indagação, ainda existem em nossa sociedade muitos Espartanos, que acham que pessoas portadoras de deficiências, nada podem agregar. Não os arremessam nos precipícios, como faziam no passado, mas os coloca do outro lado, impossibilitando uma convivência harmoniosa e interativa, jogando fora oportunidades impar de aprendizagem.

Existem ainda os Espartanos Institucionais, aqueles docentes que dizem não estar capacitados para receberem em suas salas de aula os deficientes. Além de inserir os portadores de deficiências do outro lado do precipício, retiram deles toda a esperança de um dia terem a possibilidade de atravessá-lo. Justo estes que tem o dever de servirem como ponte de ligação entre os dois lados deste abismo social.

O compromisso do Educador é com o processo de transformação do Ser Humano, proporcionando-lhes recursos para que possam através de suas potencialidades, desenvolverem a aprendizagem. Embora em algumas pessoas, a velocidade desta aprendizagem não corresponda aos padrões sociais, elas não deixam de Ser Humanos e o compromisso do Educador continua o mesmo.



6 REFERÊNCIAS

GURGEL, Thais. Inclusão, só com aprendizagem. Revista Nova Escola, São Paulo, ed.206, p.39 e 41, out.2007.

NASCIMENTO, Luciana Monteiro. Educação Especial. Indaial: Ed. ASSELVI, 2007.

WIKIPÉDIA. A enciclopédia livre. Disponível em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Deficiente. Acesso em:12/11/2008.

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A TRÍADE DO APRENDER


A TRÍADE DO APRENDER

Edevânio Francisconi Arceno
Prof. Marcos Neotti
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura/História (HID 0771) – Didática e Avaliação
29/01/08

RESUMO

A educação que outrora foi privilégio de poucos, se tornou com o passar do tempo, acessível a todos ou quase todos. Esta acessibilidade é resultado de lutas, dos muitos pensadores, questionadores e visionários que estavam à frente de seu tempo, pois entendiam que a educação não era simplesmente um privilégio, mas um direito. Hoje existe a necessidade de se criar leis que obriguem as pessoas a irem à escola. Muitas vezes vão para as aulas, sem ter a mínima vontade de aprender, estes (as) não aprendem de forma consciente. Existem ainda aquelas que querem e até acham que estão aprendendo. Este trabalho pretende confrontar os conceitos de aprendizagem, para que possamos aprender a aprender.

Palavras-chave: Querer; Desenvolver; Compreender.


1 INTRODUÇÃO

Lendo a introdução de uma entrevista com o professor Vicente Martins, sob o título, “Como desenvolver a capacidade de Aprender”, citada pela professora Íris Weiduschat, na agenda da disciplina, Didática e Avaliação, como anexo A, p.9, chamou-nos a atenção o relato sobre os três fatores que influenciam no desenvolvimento da capacidade de aprender.

Decidimos discorrer ainda que superficialmente, a respeito do que entendemos desta tríade de fatores composta pela Atitude de querer aprender, Desenvolver a aprendizagem e Compreender o que aprendeu.

Sabemos que algumas pessoas podem não concordar com a nossa opinião, inclusive até nós mesmos, amanhã ou depois poderemos discordar categoricamente, com algumas ou talvez todas essas afirmações, afinal nós recém concluímos a primeira fase de nossa licenciatura, além disto, descobrimos que nunca praticamos a verdadeira aprendizagem, porém nunca é tarde!

Esperamos que estas declarações possam contribuir e provocar uma análise introspectiva, questionando como tem sido nossa maneira de aprender, como aprender mais e o que temos aprendido.
Se nossa aprendizagem está improdutiva, calada, inexpressiva e conformada, não está bem, e necessita de socorro, temos que Aprender a Aprender, observando a Tríade do Aprender.


2 ATITUDE DE QUERER APRENDER
“Eu quero aprender”, quantos entram em uma instituição de ensino, desejando realmente Isto? Criou-se uma atmosfera de obrigatoriedade em relação à Escola, justificativas como, porque todos vão, você tem que ir , tem que saber disto , daquilo , se não estudar não vai ter um bom emprego, não vai ser ninguém na vida ,etc.
Acreditamos que aqueles que ignoram tais ameaças , vislumbram a verdadeira essência da educação ,descobrem que podem e decidem fazer a diferença no meio em que vive , e através disto constroem um olhar crítico e tornam-se grandes questionadores e criadores das marchas.
Questionam o sistema ,o governo, a sociedade, as estruturas, a educação, a saúde, a segurança, etc. Estes são os transformadores conceituais de seu tempo, e tudo porque decidiram aprender a aprender, não que a verdadeira aprendizagem nos tranformem em rebeldes sem causa, pois que causa foge aos olhares críticos de quem verdadeiramente se educa.
Temos a tendência de cobrar-nos demasiadamente, a ponto de achar que ao sairmos das estruturas educacionais, temos a obrigação de saber tudo , afinal foram muitos anos e agora é o nosso dever social demonstrar que aprendemos tudo.
Se este for o nosso pensamento, infelizmente teremos que recomeçar a nossa caminha escolar, pois não conseguimos perceber a essência da educação, e conseqüentemente nunca seremos um diferencial em nosso meio,um questionador transformador.
Na educação não obtemos a espada , mas sim o segredo do fogo para forja-la, não desviamos ou anulamos correntes d’agua, mas a transformamos em energia, é na Escola que adquirimos a “Lupa” que nos ajudará a fazer a famosa leitura do mundo , tão defendida e incentivada pelo saudoso educador Paulo Freire.
Para entendermos a verdadeira aprendizagem, teremos que tomar a atitude, de querer aprender a aprender , não por imposição ou obrigação social, mas sim, “porque eu quero”!

3 DESENVOLVER O APRENDER

Como dissemos anteriormente , quando decidimos aprender a aprender, entendemos que a importância não está somente nos peixes, mas também na forma de pescá-los. Qual a melhor vara, a isca certa, que lua é a mais indicada, qual o clima é mais propício, em que condição a pescaria terá mais êxito, barco ou margem? Enfim, são informações que contribuem para uma pescaria prazerosa, segura e produtiva.
Talvez possamos nos perguntar, tudo isto é necessário? Pode não ser , mas esta é a visão de quem aprende a aprender e desenvolve a aprendizagem, não que se esforcem para isto ,pois é com naturalidade que necessitam e procuram tais informações.

O diferencial não é o que vêem , mas sim na forma de ver, quem desenvolve a aprendizagem através do querer aprender a aprender, busca mais profundidade e com isto adquiri uma forma diferenciada e tridimensional de ver o mundo, ou seja, observam além do plano ,intrigados com o que tem por trás do que se vê.

Entendemos que aprender não é um evento, mas sim um processo, um processo infinito e progressivo , pois quanto mais aprendemos , mais sentimos a necessidade de aprender , pois através da aprendizagem adquirida ,descobrimos que ainda há muito mais à aprender .


4 COMPREENDER O QUE APRENDEU

O Desenvolvimento da aprendizagem nos impulsiona ao seguinte degrau, pois que adianta sabermos qual a vara, a isca, a lua, o clima, o barco, enfim várias informações e não discenir suas conexões e finalidades, sem a compreensão deste desenvolvimento, jamais teremos uma pescaria prazerosa, segura e produtiva.

A compreensão das informações e conteúdos agregados durante nossa caminhada escolar é que irão direcionar a nossa “Lupa” para a leitura do mundo.

Certa vez , assistindo a um dos primeiros episódios de “Lost”, um dos sobreviventes estava tranquilissimo e após o acidente disse aos outros que logo viria o resgate , pois eles (o Governo), localizavam a placa de um carro via satélite quanto mais um avião.Um outro sobrevivente esclareceu, que somente localizavam o veículo através do satélite , porque sabiam em que área procurar, diferentemente do avião, que estava totalmente fora da rota!

Gostaríamos de usar este exemplo e fazer uma analogia com o nosso assunto, se não compreendemos o que aprendemos, estaremos tão sem ação quanto a equipe de resgate , pois temos o satélite, a tecnologia e os técnicos, porém faltam informações importantes que nos impedem de progredir, de ir além.

Como docentes temos o dever de disponibilizar dispositivos e ferramentas que auxiliem aos discentes progredirem na compreensão de sua aprendizagem, este é o desafio de quem almeja e atreve-se a ser um educador.
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: [...] III - zelar pela aprendizagem dos alunos; (Inciso III, art. 13, LDB). Primar pela aprendizagem do ensino é, antes de tudo, um compromisso profissional e papel social do educador.

5 CONCLUSÃO


Revendo nossos conceitos subjetivamente construídos em nossa discência, temos a oportunidade de reconstruir o saber, não por orgulho, pois o orgulho não constrói, mas sim pelo desejo de colocar nas mãos de cada discente uma “Lupa”, que ampliará sua visão, porém com a “Lupa”, verão que a atual docência, necessita de uma reforma pedagógica, mas não é este o objetivo da verdadeira aprendizagem, produzir reformadores?

Nenhuma docência responsável repreenderá quem deseja aprender a aprender, pois o verdadeiro papel do Educador é intermediar a relação da potencialidade cognitiva do educando com o mundo de possibilidades a sua volta, através da Tríade do Aprender.


6 REFERÊNCIAS

wEIDUSCHAT. Apud KPLUS.Agenda da Disciplina Didática e Avaliação.Indaial:ASSELVI,2007.

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AS PAREDES DE PERSÉPOLIS


AS PAREDES DE PERSÉPOLIS

Edevânio Francisconi Arceno
Prof. Marcos Neotti
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura/História (HID 0771) – História Antiga
20/05/08

RESUMO

Na História, nunca houve um Império tão eclético quanto o Império Persa, talvez por reflexo da política adotada pelo Rei Ciro, que apesar de dominar várias nações, respeitava suas particularidades culturais, obtendo a admiração dos povos conquistados. Mas cremos que nenhum Imperador da antiguidade foi mais político que Dario o Grande, foi durante seu governo que a Pérsia atingiu seu apogeu, e entrou para a história como um dos impérios da Antiguidade. Talvez, nada saberíamos desse povo se Dario não tivesse tido a grande idéia de registrar esta linda história, narrando suas conquistas e deixando tudo devidamente registrado nas paredes de Persépolis.

Palavras-chave: Ciro; Dario; Persépolis.


1 INTRODUÇÃO

A conduta adotada pelas nações imperiais era de submeter política e culturalmente os povos conquistados. Foram assim no império egípcio, babilônico e assírio, os povos eram conquistados através das guerras ou por consenso a fim de evitá-las e doutrinados na cultura de seus conquistadores.

Este paradigma foi quebrado, quando um rei percebeu que poderia usar toda a riqueza cultural dominada a seu favor. Além disso, ficaria conhecido por ser benevolente e sábio. Foi isto que deu ao Império Persa, a mais heterogênea cultura da história mundial.


2 O PRINCÍPIO DE UM IMPÉRIO

Os persas eram sedentários e agricultores, viviam em conflito e oprimidos pelos vizinhos, os Medos. A partir de 559 a.C, surge um nobre chamado Ciro, este se tornou o fundador do Império Persa. Ele primeiramente dominou os Medos, mas foi ao conquistar a Lídia que Ciro se transformou em o grande rei Ciro.
O reino da Lídia era comandado pelo rei Creso, que era considerado o homem mais rico do mundo, pois tinha muitos tesouros em ouro, prata e pedras preciosas. O rei lídio ao ser ameaçado pelos exércitos de Ciro, tentou inutilmente enfrenta-los, porém os medos e persas invadiram e dominaram a Lídia.

Quando Creso iria ser executado, Ciro mudou de idéia e mandou liberta-lo. Livre, Creso indagou Ciro: O que faz os teus soldados com tanta pressa? Ciro respondeu: Estão saqueando a tua cidade. (RODRIGUE, apud HERODOTO).

Creso então explicou para Ciro que ele nada mais tinha, e que todo o tesouro que estava sendo saqueado, a cidade que estava sendo destruída e os povos que estavam sendo massacrados, agora pertenciam ao grande rei Ciro.

Ciro ordenou imediatamente que cessasse os saques e os massacres. Assim nasceu uma nova política, que faria do Império Persa, único e que tornaria seus reis temidos e admirados por todas as nações da terra.


3 A EXPANSÃO IMPERIAL

Assim a Pérsia crescia e se fortalecia, depois de submeter seus vizinhos, Ciro dominou as cidades gregas da Ásia Menor, da Mesopotâmia e da Síria. Deste modo Ciro conquistou e libertou os Judeus que estavam escravizados. Aos judeus deu o direito de reconstruir a Palestina e adorar livremente o seu Deus. Não seriam tratados como escravos, porém estariam sujeitos à Pérsia e a ela pagariam impostos.

Em 528 a.C. morre o grande rei Ciro, que deixa seu legado ao seu filho Cambises. Mas Ciro seria lembrado para sempre como grande conquistador e político, por causa das paredes de Persépolis.

4 CAMBISES, O SUCESSOR
Sendo um conquistador semelhante ao pai, Cambises não tinha a mesma benevolência, era temido pela sua crueldade, a ponto de matar seu próprio irmão pelo poder.

Conquistou o Egito, mas manteve os nobres egípcios no governo e nos cargos religiosos. Estendeu seu Império até a Índia, destacando-se como um eficiente administrador. Apesar das revoltas de alguns segmentos dos povos dominados, a presença do exército imperial mantinha a ordem e a submissão local ao Império Persa.


5 DARIO,O GRANDE REI DA PÉRSIA

Dario assumiu o império em 522 a.C. devido à morte acidental de seu tio Cambises, sob seu governo o Império Persa alcançou o apogeu. Uma rede de estradas foi construída para unir os mais distantes pontos do império. O comércio se desenvolveu, por isso foi necessária a criação de moedas de ouro. Novas rotas marinhas foram descobertas e as existentes impulsionadas, pelas ações do seu governo. Segundo a historiadora Joelza Rodrigue (2006):

O desenvolvimento das vias de transportes facilitou muito a comunicação, favorecendo o contato comercial e cultural entre os povos sob domínio do imperador persa. Foram difundidos o uso de moedas, o alfabeto fenício, a vida urbana, as técnicas agrícolas e metalúrgicas, os processos de irrigação e o sistema sexagesimal, que se tornou a base da matemática de numerosos povos.

Apesar de respeitar as mais diversas religiões, o povo persa também tinha suas convicções e conservavam as suas crenças primitivas. O rei Dario transformou as idéias difundidas pelo profeta Zoroastro, na religião oficial da Pérsia sob o nome de Mazdeísmo.

Devido às dimensões do vasto império Persa, Dario divide seu império em satrapias , através deste processo de unificação, adotou um sistema de pesos e medidas e instituiu imposto de quantia fixa. A economia girava em torno da agricultura, da pecuária, do artesanato, da mineração de metais e pedras preciosas e da metalurgia.


6 DARIO E AS PAREDES DE PERSÉPOLIS

De todas as ações de Dario, a mais ousada sem dúvida foi no campo da arte.
Ele percebeu que a interação cultural entre os povos do seu império poderia ser utilizada para difundir e eternizar as ações de seu governo.

A escrita ainda era restrita, poucos detinham este conhecimento, então Dario usou a arte das imagens esculpidas em relevo nas paredes de Persépolis para propagar a sua imagem política.

Enquanto reis de impérios anteriores produziam tumbas faraônicas, outros esculpiam e pintavam imagens de guerras, em que representavam o rei esmagando e massacrando os povos dominados, o rei Dario, eternizava e honrava seus povos, esculpindo-os nas escadarias do palácio de Persépolis, no acesso à sala de audiência. Eram imagens, onde os povos dominados pelo império honravam o grande rei Dario, com oferendas típicas de seus países. Que outro rei, retrataria seus ex-inimigos nas paredes de seu castelo?


7 CONCLUSÃO

O império persa surgiu diante das batalhas vencidas pelo valente rei Ciro, que além de guerreiro, demonstrou ser um exímio político quando adotou medidas de respeito às culturas dominadas. Dario, por sua vez consolida este império com a sua forma eclética e ousada de administrar, usando recursos totalmente novos para se tornar um dos mais populares reis da antiguidade.

Hoje vemos nas páginas da Bíblia, que conta a história do povo hebreu, referências de Ciro e Dario como enviados de Deus, para libertá-los. Este foi o legado dos reis Persas, serem admirados e enaltecidos pelos povos dominados.

O mundo conhece melhor a Pérsia e seu reis, quando conhece as Paredes de Persépolis, onde tudo esta registrado, talvez isto sempre fosse o maior desejo de Dario, o Rei da Pérsia.


8 REFERÊNCIAS

RODRIGUE, Joelza Ester. História em Documento. 5ª Série. São Paulo: Ftd, 2006.

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GARUVA, UMA DECLARAÇÃO DE AMOR.

Garuva, uma Declaração de Amor.
Por Edevânio Francisconi Arceno

De ti recebi o primeiro suspiro
Com pulmões ainda virgens,
E quando pela primeira vez
Senti tua água pura e morna em minha pele tocar
Apaixonei-me por ti, por esta água , que me fez duvidar que nasci!

Na tua atmosfera límpida e sombreada
Pela Serra verde que te circunda,
Reproduzi meu primeiro som, o choro e abri meus olhos,
Ao ver a luz, antes de procurar o rosto de quem me concebeu,
Contemplei primeiro tua beleza e as riquezas que Deus lhe deu!

A primeira vez sozinho , sem estar nos braços de alguém,
Sobre tua terra fiquei, me maravilhei ao sentir o teu cheiro,
Neste instante pensei: Deste lindo torrão que herdei,
Semelhante , talvez o mesmo ,não sei
na mão de Deus virou Homem .

Na tua entrada, saí para o mundo,
Sobre tua extensão cresci, vivi e amadureci,
Mas confesso diante de todos e de ti,
Que ainda sinto ciúmes quando em bocas estranhas ouço o teu nome.
Como se fostes minha mulher e eu o teu homem!

Quando de ti me afastaram
Teu nome comigo levei.
Por novas estradas que andei,
Quando procuravam-me e encontrando-me clamavam
Não era o meu, mas o teu nome bradavam,
Garuva! Garuva! Garuva....!

Sem esperar , afastaram-me de ti,
Mas o sol que se esconde atrás de teus montes,
Brilhou mais forte, onde eu estava.
E como da roça de fumo nada restou,
O meu pai logo pensou, e por Deus eu creio,
Pagou o que devia do custeio, e para ti voltou.

Que alegria voltar aos teus braços
Andar nas ruas onde cresci.
Voltar para onde não se quis sair.
Se depender de mim Garuva
E o criador permitir,
Nunca mais saio daqui!

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COMO A AMÉRICA SE TORNOU EUROPÉIA


COMO A AMÉRICA SE TORNOU EUROPÉIA

Edevânio Francisconi Arceno
Prof. Marcos Neotti
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura/ História (HID 0771) – História da América



No dia 11 de novembro de 1620, o navio Mayfower ancorou em Cape Cod, atual Estado de Massachusetts, onde os colonizadores fundaram o povoado de Plymouth, dando origem, ao que seria a maior potência mundial quase quatro séculos depois, os Estados Unidos da América.
O rigoroso inverno fez com que os primeiros colonizadores mantivessem o navio ancorado próximo a costa por quatro meses, para servi-lhes como abrigo. Com o retorno do navio à Inglaterra, os puritanos, que mais tarde seriam denominados “Pais Peregrinos”, entraram mata adentro em busca de um novo lar. A principal preocupação dos lideres era fazer uma reserva de alimento para enfrentar o próximo inverno. No entanto pouco adiantou,pois quase metade dos peregrinos pereceram de fome e frio, e a tragédia só não foi maior, porque receberam uma ajuda preciosa dos índios Wampanoag. Os Wampanoag ensinaram os peregrinos a pescar, a caçar e a cultivar o milho. Na primeira colheita, os colonizadores promoveram uma grande festa que durou três dias, e convidaram os Wampanoag para participar. Este evento deu origem ao dia Ação de Graças, data até hoje festejada anualmente pelos estado-unidenses.
Esse não tinha sido o primeiro encontro de ingleses com índios norte americanos, em 1607 foi fundado o povoado de Jamestow, no território dos índios Powhatan. A relação entre os dois povos não foi amistosa como seria com os peregrinos, a filha do chefe foi seqüestrada, para servir como moeda de troca pelos prisioneiros ingleses que estavam sob domínio dos índios. A filha do chefe nunca foi entregue, pois se casou com o cartográfico Inglês, Jhon Rolf. O casamento de Rolf com Pocahontas, a filha do Chefe índio, serviu paliativamente para unir os povos, no entanto mais tarde, os Powhatan foram exterminados pelos Ingleses.
A harmonia entre Puritanos e Índios, sinalizava uma nova tentativa, para a convivência de povos de culturas diferentes. Com o passar dos anos começaram a surgir os conflitos, e junto com estes conflitos surgem os pacificadores, como Boone, um lendário caçador e aventureiro de Kentuchy, atual fronteira americana no Mississipi. Daniel Boone, esposo de Rebeca e amigo do fiel Mingo, um índio Cherokee, resolvia os problemas entre índios e colonizadores, seu feito histórico foi ao lado de Richard Henderson, quando em 1775 firmou um Tratado com os Cherokees, permitindo a primeira expansão para o Oeste.
Por terem ficado ao lado dos Ingleses na guerra pela Independência, os estado-udinenses revogaram todos os acordos e privilégios concedidos aos índios, pela coroa Britânica. Sem a posse das terras os Índios assistiam perplexos, as caravanas seguindo em direção ao Oeste selvagem, território da nação dos Apaches.
Muitas vezes assistimos a filmes, onde os “inocentes colonizadores” colocavam suas carruagens em círculos, para se proteger dos “cruéis e sanguinários índios”, que atacavam crianças e mulheres sem piedade. Na verdade estavam defendendo as terras que herdaram de seus pais e que um dia passariam aos seus filhos. É neste contexto que surgem os Grandes heróis para os índios os grandes vilões para os estado-udinenses, como o grande chefe Apache Touro Sentado, que liderando três mil guerreiros Sioux e Cheyene, massacrou a sétima cavalaria do General Custer. Dos Chiricahua (Nação Apache), surge o grande chefe Cochise, amigo e companheiro de outro grande chefe, Colorado, que apesar de muitas lutas e prisões, não pereceu na mão de seus inimigos. Ainda, quem nunca ouviu falar do legendário Gerônimo, chefe dos Chiricaua, o ultimo resistente indígena contra a invasão americana, perito em fugas morreu ironicamente preso e doente em um Fort Americano. Outros, como Cavalo Doido e Nuvem Vermelha, chefes Sioux, resistiram e lutaram bravamente, porém as muitas Batalhas e doenças trazidas pelos colonizadores, reduziram uma população indígena de um milhão e meio ao número de trezentos e vinte mil, Em 1.920.

“Apaches, Comanches, Navajos, Dakota, Sioux, Soshones, Pawness, Hukpapa, Seminole, MIccosukee, e centenas de nações indígenas dominavam este território selvagem e inexplorado, vivendo como seus ancestrais milenares. Nos últimos 507 anos, [...] mais de 200 povos desapareceram. Na Califórnia poucos sobreviveram para contar a história. Foram mais de um milhão de índios mortos entre a Independência americana, em 1776, e o fim da Guerra da Secessão, em 1885. (MELANI, apud BRASILIENSE.p.33.).

Talvez, quando os peregrinos instituíram o dia de Ação de graças, tinha em mente, fazer os futuros estado-udinenses lembrarem uma vez por ano, que seus colonizadores foram salvos graças à atitude generosa e humana daqueles índios. Quando Daniel Boone ajudou a assinar um Tratado de paz, imaginou que um dia não só os estado-udinenses, mas todo o povo Americano pudessem viver amistosamente com os seus Índios, tanto quanto ele e seu amigo Mingo. Triste desilusão a deles, mas quem somos nós para julgá-los, pelo menos eles tem uma festa anual para refletir sobre o que fizeram, e nós que temos SEIS MILHÕES de motivos para refletir, o que temos? Ah sim, temos o dia do Índio.


REFERÊNCIAS
MELANI, Maria Raquel Apolinário.Projeot Araribá História. 7ª série. São Paulo: Moderna, 2006.

RODRIGUE, Joelza Ester. História em Documento. 7ª Série. São Paulo: Ftd, 2006.

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A VERDADEIRA LOUCURA DE CHAPEUZINHO.

SÉRIE PLACEBO
Episódio Um

A Verdadeira Loucura de Chapeuzinho
Edevânio Francisconi Arceno

Dias atrás, estávamos passando pela sala quando ouvimos uma chamada de um filme na televisão: “Deu a Louca na Chapeuzinho”.Achamos curioso, é claro que hoje em dia é muito comum retornar à moda coisas antigas , com uma roupagem totalmente moderna e as vezes até surreal, mas até contos infantis? Então resolvemos assistir. O Filme não tinha nada a ver com a versão antiga, até a história foi mudada. A chapeuzinho era a suspeita número um de estar trapaceando para obter vantagens em cima dos deliciosos docinhos que ela transportava em meio a floresta. Apesar da dinâmica surpreendente do filme, a crítica achou que ele retirava o brilho e a inocência da história, que por décadas vem alimentando nossas crianças e até mesmo nossas ex-crianças. Porém, isso não é nada comparado à verdadeira e triste saga da menina Chapeuzinho Vermelho. Preparem-se e entendam que apesar de ignorarmos certos problemas e mazelas sociais, eles existem, estão lá e depois deste relato, você poderá até fazer de conta que é só um conto, mas no fundo você sabe que tudo pode ser real!
A Chapeuzinho como vocês bem sabem, era uma linda garotinha que incansavelmente todos os dias levava docinhos para a vovó, e no trajeto vivia mil e uma aventuras.Acontece que as idas até a casa da vovó foi diminuindo, não por uma razão especifica, mas várias. A primeira delas é levar para a vovó o que? Sua mãe teve que trabalhar para ajudar a suprir as necessidades do lar, pois seu marido estava muito doente. Sim, o pai de chapeuzinho era um homem muito doente, se é que um alcoólatra pode ser designado assim. E como todo alcoólatra, uma das primeiras coisas que perdeu, foi o senso de responsabilidade. Responsabilidade com a família, com o trabalho e por fim com a sociedade. Diante disto, a mãe de chapeuzinho não teve mais como fazer docinhos para a vovó, pois começou a trabalhar dia e noite, muito mais a noite.
Cada vez que sua mãe se preparava para trabalhar, Chapeuzinho a abraçava como se fosse a última vez. Depois que a mãe saia, Chapeuzinho ouvia a voz de seu algoz, que se disfarçava de pai e culpava a bebida por seus crimes: ___ Filhinha vem com o papai, vem. Chapeuzinho então mais uma vez se submetia a perversão do seu inescrupuloso pai, que vinha abusando da pequena e indefesa filha a muito tempo. Mesmo ainda quando entregava docinhos para a vovó, era estuprada e obrigada a sair correndo pela floresta dizendo que havia sido vítima de um grande lobo. Você deve estar se perguntando, porque ela não denunciou este monstro. Acontece que o monstro morava com ela e dormia com a mãe dela e as ameaçava dizendo que mataria ambas se falasse. Depois que sua mãe começou a trabalhar a situação ficou insuportável. Chapeuzinho decidiu dar um basta, tinha que fazer algo para minimizar seu sofrimento, então conheceu o mundo das drogas e logo ficou viciada em “Crak”, uma droga de fácil acesso e extremamente destrutiva. Ela agora se submetia aos desejos criminosos de seu pai, completamente drogada, para proteger a si mesmo e sua mãe. Também começou a se prostituir em meio aos arbustos da floresta, com os caçadores infiéis, tudo isto, para manter o seu vício. Sempre orientada que se por ventura chegasse alguém, ela deveria sair gritando é lobo é o lobo, pois a maioria dos caçadores eram casados e não ficaria bem serem vistos com uma prostituta viciada.
E o caçador herói, onde anda? Cansado de pagar propina aos guardas florestais e entidades governamentais responsáveis pela prevenção das florestas, resolveu fazer um concurso e entrar para este seleto grupo, e logo também se tornou um corrupto. Agora não paga mais propina, apenas recebe! Da prostituição de Chapeuzinho e de muitas outras crianças viciadas, ele apenas cobrava em serviços, nada além de um delicioso...! Quanto aos caçadores, a prostituição também fazia parte de um pacote, com demais itens: podia cortar árvores, caçar, pescar, enfim pagando bem, mal não tem, pelo menos na ótica dele. Chapeuzinho agora estava em um degradante círculo vicioso, se drogava para prostituir, e se prostituía para se drogar.
Em uma de suas viagens alucinantes, lembrou-se do tempo que ainda podia visitar sua Vovó e levar-lhe os docinhos, bons tempos aqueles! Agora existe uma ordem judicial, que a impede de chegar a duzentos metros da residência da vovó, pois segundo o ministério publico, Chapeuzinho tentou culpar um animal conhecido como Lobo, pelos hematomas deixados na Vovó e por furtos misteriosos em sua propriedade. A Justiça não acreditou e chegou à conclusão de que Chapeuzinho era uma ameaça à integridade da Vovó. Ainda bem que temos justiça!
Agora gostaríamos de pedir sua autorização e começar a narrar, na primeira pessoa, pois gostaria de fazer algumas considerações pessoais sobre esta história, da qual fui testemunha e vítima. Primeiramente acredito que as violências sofridas pela menina Chapeuzinho, cujo autor foi aquele que se diz pai, no princípio eram cometidas sem o conhecimento da mãe, mas posteriormente ela soube, porque ela não denunciou? Talvez por medo de ser assassinada por ele, que cada vez mais se entregava ao álcool, ou talvez por medo e vergonha de admitir que o seu trabalho noturno, é tão imoral quanto o modo que Chapeuzinho conseguia dinheiro para se drogar. No contexto dessa inculpabilidade por atitudes erradas e criminosas na qual Chapeuzinho cresceu, tirou dela a possibilidade de valorar o que é moral, ético, certo, errado, justo, verdadeiro, falso, bom, mau, enfim muitos outros atributos disseminados pela sociedade como normas de conduta, ou seja, como ela podia achar que é errado prostituir-se para se drogar , quando era prostituía por seu “pai” , para preservar a vida. Quem culpar? Podemos simplesmente culpar o Estado, sim o Estado, afinal o guarda florestal representa a autoridade do Estado, se ele tivesse cumprindo suas obrigações e evitado que os caçadores se prostituíssem com jovens e crianças, escravizados pelo uso das drogas, o círculo vicioso se romperia e talvez a Chapeuzinho tivesse uma oportunidade. E a vovó, bem a vovó não tem nada a ver com isso, a única coisa que fez foi pedir para Chapeuzinho entregar umas encomendas na cidade, algumas pedras de Crak e alguns papelotes de cocaína. Talvez você não soubesse, mas a “boca de fumo da Vovó” era a mais freqüentada pelos usuários da cidade, e de vez em quando, Chapeuzinho era chamada para entregar droga a domicílio, em troca de alguns míseros trocados. Mas logo a vovó descobriu que Chapeuzinho estava viciada, desde então a menina que gentilmente levava docinhos para a vovó, perdeu sua serventia.
Bem, podemos também isentá-los da culpa e fazer como eles, vamos culpar o “Lobo”, afinal ele é um animal. Ele ameaça seus filhotes e parceiras e às vezes até come as suas crias. Também se escondem em arbustos para atacar e comer crianças desavisadas e depois desculpar-se dizendo que estava apenas caçando. Agride velhinhas inocentes, que não fazem mal algum e ainda rouba a inocência dela. Vocês podem também ignorar toda esta história e simplesmente dizer que tudo não passa de um faz de conta, que isto não é real. Pois não existem pais que estupram filhas, que não existem mães que se prostituem para manter a família, que não existem vovós que aliciam netinhas a se tornarem traficantes, que não existem homens que dizem vou caçar ou pescar e fomentam o mercado da prostituição infantil, não existem autoridades que são coniventes com todo o tipo de crime por dinheiro. E também que neste momento não existem milhares de crianças e jovens se prostituindo para manter o vício. Claro que se por ventura você se convencer de que isto não é um simples faz de conta, e que estas coisas podem existir realmente, não faça como eles, que apenas se preocupam em achar um culpado. Mas se esta história não fez você refletir, reavaliar seus conceitos e ainda quiser um culpado, aceite minha sugestão, culpe o Lobo!

Atenciosamente: Ass. Lobo.

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EGITO, UMA DÁDIVA

Por Edevânio Francisconi Arceno



Quem deseja ser um bom “istor”, ou seja, uma testemunha, deve ser capaz de relatar um fato histórico com imparcialidade e credibilidade em suas observações. Será que um Historiador do século XXI, não pode escrever ou discorrer algo sobre a Pré-História ou Antiguidade, somente porque não testemunhou tais eventos? Claro que não, pois quem testemunhou sobre as famílias de Australopitecus evoluindo para Homens habilidosos e posteriormente eretos. Com o advento da Arqueologia, mal vista na idade média, pois suas descobertas colocavam em dúvidas certos mitos, no século XX atingiu seu apogeu e contribui de forma significativa e atualmente ela é imprescindível na reconstrução da nossa história. Através desta parceria, foram descobertas grandes civilizações, porém nenhuma está sendo tão elucidada quanto à história do Egito. Este povo que surgiu às margens do rio Nilo, transformou-se em exímios agricultores porque conseguiram dominar através de canais de irrigação a abundância do Nilo. Uma das riquezas retiradas das margens lamacentas do Nilo era o papiro que serviu para registrar não só a história egípcia, mas também a de outros povos. Da lama deste rio, também surgiu a matéria prima para a confecção de tijolos e vasos, objetos que fariam parte da sua cultura, muito mais do que imaginavam. Um dos fatores que transformou o Egito na sociedade antiga mais estudada e compreendida foi a riqueza de objetos, escritos, construções e esculturas ligadas a sua Religiosidade. O povo egípcio era politeísta, pois acreditava que para cada circunstância havia uma divindade e a eterna dualidade entre o bem e o mal, ficou a cargo dos irmãos Set, o invejoso e Osíris o virtuoso, e como em toda cosmogonia, o mal aparentemente vence. Mas a incansável deusa Ísis, demonstra toda a sua obstinação em reencontrar o amado Osíris, por isso é presenteada com uma gravidez milagrosa e concebe Hórus, que viveria e reinaria para sempre através dos Faraós do Egito. Por acreditarem que ressuscitariam após a morte, construíam gigantescas tumbas, verdadeiros monumentos que até hoje mexem com o imaginário das pessoas que atribuem estas construções a gênios da Arquitetura e até mesmo a seres de outro mundo. A prova cabal desta excelência arquitetônica são as Pirâmides, como as de Gizé, que resistem ao tempo por mais de 4,5 mil anos. A verdade é que o Egito não possuía apenas conhecimentos arquitetônicos e matemáticos, mas também dominavam algumas técnicas da medicina, pois já praticavam cirurgias e eram profundos conhecedores e detentores dos segredos da mumificação, conservando por mais tempo seus cadáveres. Observe o que relata a historiadora Joelza. Os Faraós construíam para si e sua família túmulos magníficos, como as pirâmides, que levavam muitos anos para ficar prontas. [...] Os túmulos podiam ter várias salas, onde eram guardados alimentos, objetos, armas e mobília para o morto usar na outra vida. (RODRIGUE, p.114). Cremos que de certa forma os egípcios conseguiram viver após a morte, não de forma eterna, pois a beleza de Nefertite não resistiu aos anos, mas a longevidade inerte de seus mortos, com suas tumbas e sepulturas tão ornamentadas, nos revelam a cada dia, a riqueza de sua cultura. Este povo obstinado como a sua deusa Ísis, que esperou o faraó Aquenaton morrer para voltar a ser adorada, nos enriquece com milhares de anos de História, e as mesmas dúvidas e inquietações que levaram Julio César a suspirar em companhia de Cleópatra diante da beleza do Egito, fazem-nos sentir da mesma forma, mais de dois milênios depois. Este é o Egito, uma civilização que por muito viver das dádivas do Nilo, tornou-se uma dádiva à humanidade.


REFERÊNCIAS

RODRIGUE, Joelza Ester. História em Documento. 5ª Série. São Paulo: Ftd, 2006.

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SÉRIE A SAGA -1808-2008- 200 Anos - Brasil , Capital do Império

HISTÓRIAndo
Edevânio Francisconi Arceno
Acadêmico de História – UNIASSELVI
1808-2008
Brasil – Capital do Império

EPISÓDIO II
“A VER NAVIOS”

AS ESTRATÉGIAS de D. JOÃO


Depois do Recado de Napoleão, D. João reuniu o seu Conselho de Estado no Palácio da Ajuda em Lisboa e mandou que preparassem os navios para uma viagem. Primeiramente pensou em enviar para o Brasil apenas seu filho mais velho, que tinha oito anos, o futuro imperador Pedro I, depois mudou de idéia e resolveu partir com toda a sua corte. Arquitetou um plano para ganhar mais tempo, enviando à Paris o Marques de Marialva, prometendo total apoio aos franceses, prendendo e seqüestrando os bens dos ingleses residentes de Lisboa. Como prova das suas boas intenções com a França enviou de presente a Napoleão uma caixa de diamantes, obviamente vindos do Brasil, acompanhados da seguinte sugestão, que D.Pedro o primogênito da coroa portuguesa se casasse com alguma princesa da família de Napoleão. Enquanto isso ele preparava-se para a maior fulga da História. Quando Napoleão percebeu que estava sendo enganado, mandou prender o embaixador Marialva em Paris e mandou publicar em 24 de novembro de 1807, no jornal de Paris, Le Moniteur que a Casa de Bragança havia cessado de reinar na Europa. Era o fim do engodo Português.

O PREÇO DA ESCOLTA REAL
D.João precisava partir imediatamente, pois sabia que o exército de Napoleão com 50.000 soldados franceses e espanhóis, comandados pelo General Junot, estava nas fronteiras portuguesas pronto para invadir. Lord Strangford, o inglês que fazia a ponte entre as coroas Portuguesa e Inglesa, ofereceu proteção para a viagem marítima, em troca, Portugal abriria os Portos Brasileiros para o comércio com outras nações. D. João não titubeou e disse sim. No dia 06 de novembro de 1807, a esquadra inglesa aparece no Rio Tejo, com 7000 homens, com a seguinte ordem, escoltar a corte Portuguesa até o Brasil em segurança, porém se Portugal mudasse de idéia e se juntasse a Napoleão, os ingleses tinham ordens para bombardear Lisboa.

A PARTIDA
Os navios estavam todos preparados, esperando a ordem real, que por causa de muita chuva atrasou a partida por dois dias.O povo abismado e incrédulo acompanhava o vai vem de três dias, das 700 carroças e carruagens que transportavam a corte e seus pertences, todo o ouro, diamante e dinheiro do tesouro Real. Na correria toda a Prata da Igreja e os 60.000 volumes da Biblioteca Real, foram esquecidos no cais de Lisboa. As listas de passageiros são imprecisas para avaliar o numero exato, mas estima-se que entre 10 a 15 mil pessoas acompanharam o príncipe regente nesta viagem ao Brasil. A família real foi conduzida secretamente ao porto. A rainha Maria I, gritava ao cocheiro: “Mais devagar. Vão pensar que estamos fugindo!”. Ao chegar ao cais, foi colocada a força dentro do navio, pois não queria partir. D João apenas deixara um bilhete de despedida ao povo português. Às 07 horas do dia 29 de novembro foi dada a ordem de partida, D. João, ao chegar à foz do rio Tejo, tinha à sua frente o Oceano Atlântico e seus perigos e na sua retaguarda o Exército francês que chegava a Lisboa e o abandonado povo português, que assistia atônito, aquele momento histórico, onde ficaram literalmente a “Ver Navios”.

Na próxima edição acompanharemos detalhes emocionantes desta viagem. Até Lá!

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SÉRIE A SAGA -1808-2008- 200 Anos - Brasil , Capital do Império



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Edevânio Francisconi Arceno
Acadêmico de História – UNIASSELVI
1808-2008
Brasil – Capital do Império

EPISÓDIO III
“UMA VIAGEM REAL”

A COROA EM “NAUS” LENCÓIS


Enquanto D. João deixava a foz do rio Tejo e entrava oceano adentro um problema maior do que Napoleão começou a perturbá-lo. As péssimas condições das Naus que outrora foram sinônimos de conquistas e prestígio aos portugueses, agora refletiam uma corte puramente extrativista. As naus tinham 67 MT de comprimento por 16,5 de largura, com 84 canhões e muita carga, não restavam muitos lugares para os passageiros a não ser nos tombadilhos, sujeitos as intempéries do tempo, como chuva, vento, trovoada, etc. A água era insuficiente, a comida era pouca, e as pestes se proliferavam em virtude da falta de higiene. Com vazamentos nos cascos das naus, entrava muita água, além disso, as velas e as cordas eram podres e a madeira parecia que não iria resistir aos açoites das ondas, deixando passageiros e tripulantes em pânico. Na nau em que viajava a princesa Carlota Joaquina, a falta de higiene e saneamento ocasionou uma epidemia de piolhos que fizeram as mulheres rasparem seus cabelos e lançar ao mar suas perucas. A rainha Maria I, D.João e seus filhos herdeiros, viajavam todos na mesma nau capitânia Príncipe Real, ou seja, se esta nau afunda-se levaria consigo toda a linhagem real.
PRIMEIRA ESCALA-SALVADOR
Até hoje, ninguém entendeu direito porque as naus portuguesas fizeram escala, ou seja, deram uma passadinha em Salvador, Bahia. Uns dizem que era para fortalecer a Coroa, outros dizem que pode ter sido uma necessidade em virtude das péssimas condições da viagem, porém existem rumores, de que haveria certa urgência por parte da Inglaterra de receber o seu pagamento, pelos serviços prestados. A verdade é que no dia 22 de Janeiro de 1808 as 11:00 h. da manhã as embarcações chegam à cidade de Salvador, e uma das primeiras ações do Príncipe regente em terras brasileiras foi decretar a abertura dos portos as nações amigas, ou seja, o Brasil poderia negociar diretamente com outras nações sem ter que passar pelo porto de Lisboa, e a maior privilegiada foi a Inglaterra. A estadia em Salvador foi rápida, há rumores de que o Príncipe não queria ir embora, porém o Rio de Janeiro era mais seguro, então partiram.
PARADA FINAL - RIO DE JANEIRO
No dia 7 de março de 1808, no começo de uma tarde onde o sol exaltava o azul do céu, a família real portuguesa chegava à baia da Guanabara-RJ. Os ilustres passageiros desembarcaram às 4 horas da tarde do dia seguinte. Os brasileiros coloniais esperavam uma chegada pomposa da família real, mas viram apenas nobres e uma corte castigada pela longa viagem. As mulheres tentavam esconder com um turbante, suas nobres cabeças com cabelos curtos ou raspados, em virtude dos piolhos, porém a moda do turbante se espalhou entre as coloniais. Na catedral foi realizada uma cerimônia de ação de graças pelo sucesso da viagem e depois se realizou o famoso beija-mão, onde toda corte e a população beijava a mão do príncipe em sinal de obediência e submissão. A cidade do Rio de Janeiro cresceu muito por conta desta breve estadia real, construções de grandes obras demonstravam o progresso da cidade, a construção da Biblioteca Real, o Jardim Botânico, a Escola de Medicina, que também havia sido fundada em Salvador, as ruas foram calçadas, praças foram construídas e a criação do Banco do Brasil.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muitos apenas ridicularizaram a família real e suas gafes, porém é inegável que o Brasil, o único país da América a conseguir sua independência sem guerras, mudou depois deste fato, não que seus problemas tiveram fim, afinal já faz 200 anos e ainda temos muitos problemas, porém somos brasileiros e não desistimos nunca, D.João voltou a Portugal, mas o Brasil ficou, e nós príncipes e princesas desta terra abençoada por Deus, temos o privilégio de viver neste País, que tem seus problemas sociais, como a falta de emprego, de moradia, de educação, de segurança, de saúde, mas nunca faltou-nos a esperança. D. João VI embarcou para Lisboa com lágrimas nos olhos, Maria Joaquina disse que do Brasil não queria nem o Pó, D Pedro I disse “Eu fico”, seu Filho, D Pedro II, anos mais tarde ao morrer, deixaria registrado em seu atestado de óbito, causa morte “Saudades do Brasil”. Este é o nosso Brasil, que do conquistador fez um conquistado. O Blogue
http://historianovicente.blog.terra.com.br , parabeniza todos, que nunca precisaram cruzar um oceano para descobrir as maravilhas de ser brasileiro. Assim termina o nosso breve relato sobre o fato histórico que transformou o mundo, principalmente o do Napoleão!


Referências:
GOMES, Laurentino. 1808.1.ed. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007.

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SÉRIE A SAGA -1808-2008- 200 Anos - Brasil , Capital do Império

HISTÓRIAndo
Edevânio Francisconi Arceno Acadêmico de História
AUPEX-UNIASSELVI


1808-2008 - 200 Anos Brasil Capital do Império ( 1ª Parte)


“Foi o único que me enganou” Napoleão Bonaparte, nas suas memórias escritas pouco antes de morrer no exílio da ilha de Santa Helena, referindo-se a D.João VI, rei do Brasil e de Portugal.
È exatamente assim, que Laurentino Gomes, ex-editor do Jornal O Estado de São Paulo, da revista Veja e atualmente Diretor da Editora Abril, inicia o seu mais recente livro intitulado 1808, da editora Planeta, fenômeno de vendas e críticas, é atualmente o segundo livro mais lido no país. Em uma linguagem jornalística e de fácil compreensão, este livro traz detalhes riquíssimos sobre a vinda da Família Imperial para o Brasil em 1808, mais precisamente na cidade do Rio de Janeiro. E tudo isso em meio a um dos acontecimentos mais marcantes da História mundial, pois a França transformava um “filho da revolução”, Napoleão Bonaparte, em Imperador.
O BRASIL EM FESTA
No ano que vem 2008, o Brasil comemora o duo centenário da vinda da família Imperial e sua corte para o Brasil, e nós da Folha de Garuva, estaremos fazendo parte desta festa, trazendo aos nossos leitores, a cada edição, etapas desta façanha que impressionou o mundo. Acompanhe-nos nesta viagem, e você perceberá a riqueza histórica deste fato e se perguntará como um Príncipe inseguro e medroso, filho de uma Rainha Louca e esposo de uma Princesa temperamental e desleal, conseguiram enganar e ofuscar o grande Imperador Bonaparte.
O EMBARGO CONTINENTAL
O Imperador Francês e senhor absoluto da Europa, era reconhecido pela sua genialidade militar, conquistava tudo o que via pela frente, submetendo reis e rainhas. A cada conquista não só o seu exército crescia, mas também o seu prestigio, como o conquistador invencível. Realmente por terra ele era invencível, a França contava com um exército de 750 mil homens treinados, equipados e altamente motivados, porém por mar, seu exército era inútil se comparado a competente marinha Inglesa comandada pelo Lord Nelson, impondo derrotas consecutivas a Napoleão. Em virtude disto, Napoleão institui o embargo continental à Inglaterra, ou seja, ninguém poderia comprar ou vender nada à Inglaterra, inclusive Portugal.
A INDECISÃO PORTUGUESA
Portugal mantinha acordos com a Inglaterra há muito tempo, por gratidão, pois foi ela, que depois das Cruzadas, ajudou a expulsar os Mouros das terras portuguesas. Mantinham desde então boas relações cordiais e comerciais. Por outro lado nenhum líder em sã consciência se colocaria contra Napoleão Bonaparte. O príncipe Regente D.João, tinha conselheiros que representavam e defendiam ambos os lados, por causa disto e também porque era extremamente indeciso, ia levando a situação em banho maria, não dizia não à Napoleão e também não restringia totalmente o comércio com a Inglaterra, até que um dia ele recebe uma notícia, Napoleão manda um recado intimando D.João:
“Se Portugal não fizer o que eu quero, a Casa de Bragança não reinará mais na Europa dentro de dois meses”. (GOMES, 2007, p.52).
Na próxima edição, veremos a resposta surpreendente de D. João à ameaça de Napoleão, transformando a História do Brasil e do mundo, é imperdível! Até Lá.
Referências: GOMES, Laurentino. 1808.1.ed. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, A TECNOLOGIA DO SÉCULO!


EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, A TECNOLOGIA DO SÉCULO
Por Edevânio Francisconi Arceno


Equivocadamente muitos relacionam a tecnologia com a informática, pois de que serviria um notebook a um morador do sertão da Paraíba, onde não tem nem energia elétrica. Uma bomba manual, para tirar água do poço, seria uma tecnologia ideal, bem melhor aproveitada e aceita pelo morador do sertão da Paraíba.
Mas não tenha dúvida, depois do invento da roda e da escrita, a informática é a maior referência tecnológica, principalmente com o advento da internet em 1969. Esta tecnologia transformou nossas vidas, direta ou indiretamente, facilitando o transporte, o trabalho, o lazer, propiciando mais moradias, saúde, segurança e principalmente na educação, onde gostaríamos de destacar os avanços tecnológicos. Desde o tempo das Redes Bitnet e Hipnet, onde as Universidades do Rio de Janeiro e São Paulo interligavam-se com os Estados Unidos, apontavam para uma futura democratização da grande rede. A partir de 1993, praticamente todo o território brasileiro, já estava interligado, apesar do morador do sertão da Paraíba, ainda continuar sem a tecnologia da energia elétrica.
A tecnologia na Educação é muito abrangente, desde a climatização das salas de aula até catracas eletrônicas, que registram a entrada e saída dos alunos, mas sem dúvida o maior avanço tecnológico, foi a criação das Universidades de Ensino a Distância, que estreitaram virtualmente suas relações com os mais diversificados tipos de alunos. Os desacreditados cursos por correspondência deram lugar as universidades virtuais, que receberam o aval do governo, até mesmo com a criação da TV escola, um canal de televisão do Ministério da Educação.
A pioneira mundial foi a universidade de Athabasca, Canadá, com milhares de alunos espalhados por 67 países. A maioria nunca pôs os pés no campus, em Athabasca. (ROCHEDO, 2005). Especialistas dizem que a partir de 2015, haverá uma explosão de universidades oferecendo cursos a distância. No Brasil, temos Katherine, ou simplesmente Kat, a caçula da Família Schurmann, mesmo navegando pelo mundo, estuda através dos módulos didáticos enviados pela instituição. Depois de fazer as provas, as redações e os trabalhos, envia via internet para a central da escola de Calvere –Baltimore, nos Estados Unidos, para correção. Mas nem todos concordam com o ensino a distância, o Sr. Valdemar Setzer, professor titular do departamento de ciências da computação da USP, não vê com bons olhos, um relacionamento, virtual entre alunos e mestres, ele acredita que ninguém aprende fora de um ambiente estruturado como a sala de aula.
Gostaríamos de concluir, usando uma frase muito conhecida pelo povo brasileiro, que foi eternizada pelo presidente Lula –“Nunca na história deste país...”, houve tantos alunos universitários, esperamos que o ensino a distância, ganhe cada vez mais credibilidade. Instituições como a UNIASSELVI- Centro Universitário Leonardo da Vinci, vem cumprindo o seu papel, oportunizando às pessoas - que ficaram a margem das universidades devido ao alto custo, ou em virtude do ingresso prematuro no mercado de trabalho - uma chance de voltar a estudar. Nós, os universitários do ensino a distância, é que temos que provar, não apenas ao Sr. Valdemar Setzer, mas à nós mesmos, que o ensino ocorre de fato, independente da distância, e se chegou até nós também pode e deve chegar ao morador do sertão da Paraíba.
REFERÊNCIA ROCHEDO, A. Se Você não vai a Escola... Revista Super Interessante, Rio de Janeiro, ed. 209, p.48-51, mar.2005.

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